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Saúde paterna pode estar associada à perda gestacional, diz pesquisa

Um estudo retrospectivo que acompanhou mais de um milhão de gestações entre 2009 e 2016 nos Estados Unidos apontou que há mais risco de perda gestacional quando o homem tem alguma doença metabólica. Mais de um quarto das gestações podem ser ectópicas – quando o óvulo fertilizado é implantado fora do útero –, terminar em aborto espontâneo ou em bebês natimortos quando o futuro papai tem três ou mais condições médicas como obesidade, diabetes, pressão alta ou colesterol alto.

Em comparação com homens que não sofrem de condições metabólicas, o risco de perda de gravidez aumentou em 10%, 15% e 19% respectivamente para homens com uma, duas ou três ou mais dessas condições. Do total de homens observados durante o estudo, 4.6% tinham mais de 45 anos e 23,3% apresentavam pelo menos um componente de síndrome metabólica antes da concepção. Outros fatores também foram observados, em particular a idade materna.

Durante o período da pesquisa, houve 785.809 nascidos vivos e 172.995 gestações (22%) perdidas devido à gravide ectópica, aborto ou crianças natimortas. O risco de perda gestacional aumentou conforme a idade da mulher e o número de condições médicas que ela apresentava, mas vale ressaltar que, quanto mais avançada a idade do homem, também aumentava o risco. A associação entre a saúde paterna e a perda gestacional, contudo, também foi confirmada.

“A relação entre idade paterna e complicações na gestação ou perda gestacional ainda não está completamente elucidada. No passado, pelo fato da produção testicular de espermatozoides ser contínua, essa relação era pouco valorizada. Hoje, com a descoberta da fragmentação do DNA espermático e sua relação com abortamentos de repetição e piora dos resultados – inclusive em pacientes submetidas a processos de fertilização assistida –, esse conceito vem sendo modificado”, explica o urologista da Genesis Dr. Joseph Monteiro.

“A fragmentação do DNA espermático ocorre pela perda da integridade da cadeia de DNA presente nos espermatozoides. Isso reduz a capacidade de fecundação dos óvulos, bem como a possibilidade da geração de embriões saudáveis. Entre os fatores que levam ao seu aumento se incluem a idade paterna e a obesidade. Isso correlaciona sem dúvidas com os achados deste estudo retrospectivo americano”, complementa.

Fatores masculinos – Antes de chegar a uma possível perda gestacional, vale ressaltar também que a infertilidade masculina é responsável por 30% de insucesso de gravidez entre casais.

De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, as causas mais comuns são: fatores genéticos, fatores hormonais, infecções, varicocele (doença que causa dilatação anormal das veias dos testículos), obstrução do canal por onde passam os espermatozoides e criptorquidia (testículos que não desceram). Outras causas incluem radioterapia, quimioterapia, doenças neurológicas, diabetes, traumas testiculares, drogas, doenças sexualmente transmissíveis.

A avaliação de um profissional é fundamental para descobrir a causa e sugerir o tratamento mais adequado. Dependendo do diagnóstico, a reprodução assistida entra como excelente alternativa.

Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada