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Nova pesquisa apresentada em congresso americano aponta riscos no uso de antidepressivos prévio ou durante a gravidez

Uma pesquisa apresentada durante a 75ª edição do Congresso Científico da Sociedade Brasileira de Medicina Reprodutiva avaliou o impacto do uso de antidepressivos em mulheres em idade reprodutiva que estão tentando engravidar. Os resultados, divulgados durante o evento, apontam que aquelas que tomam medicamentos para depressão têm cerca de 23% menos chance de engravidar e 10% de redução na taxa de bebês nascidos. O estudo foi conduzido pelo National Institute of Child Health and Human Development, nos Estados Unidos.

O estudo retrospectivo analisou tempo para conseguir engravidar, perda gestacional (aborto espontâneo) e nascimento de bebês vivos em um grupo de 1.228 mulheres férteis, mas que tiveram até duas falhas de gestação enquanto tomavam baixas doses de aspirina em um processo monitorado e controlado pelos pesquisadores. Os modelos foram ajustados para idade, nível de massa corpórea, tabagismo, uso de álcool e opioides.

“É um alerta, sem dúvida, mas não é motivo para pânico. São dados preliminares. O grupo de pacientes analisados ainda não pode ser universalizado. Cada caso específico deve ter acompanhamento médico personalizado para avaliar os riscos e benefícios da ingestão de antidepressivos. Também é importante, sempre que possível, considerar o desmame (redução progressiva da medicação) e alternativas para tratamento do quadro de depressão que não envolvam o consumo desses medicamentos durante a gestação”, explica a Dra. Hitomi Nakagawa, ginecologista e sócia da Genesis.

Antidepressivos – De acordo com a pesquisa, cerca de 15% de mulheres em idade reprodutiva usam antidepressivos. Os mais frequentes são os inibidores da recaptação seletiva da serotonina. Dentre os principais remédios avaliados na pesquisa estavam a fluoxetina, sertralina, escitalopram, citalopram, trazodona, nefazodona e etoperidona.

“Esse grupo de medicamentos é crucial no tratamento da saúde mental nesse momento, já que são os mais utilizados, a primeira linha de escolha. Os dados mostraram uma tendência a menor taxa de bebês nascidos e maior de perda gestacional com a fluoxetina, porém devemos aguardar uma amostragem mais abrangente para conclusões. É preciso individualizar o caso. Tanto a mulher quanto seus médicos devem considerar esses dados, o tempo de exposição a esses medicamentos e os riscos e benefícios obtidos dessa interferência”, ressalta a ginecologista.

Congresso – A 75ª edição do Congresso Científico da Sociedade Brasileira de Medicina Reprodutiva ocorreu entre 12 e 16 de outubro, na Filadélfia (EUA). O evento é um dos mais prestigiados na área e reúne o que há de mais recente em educação e pesquisa na reprodução assistida, infertilidade, contracepção, cirurgia reprodutiva, endometriose, dentre diversos outros tópicos relevantes.

 

Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada