O mês de novembro é um período de reflexão sobre a saúde masculina. O Novembro Azul acontece todo ano com o objetivo de reforçar para a população a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 71,7 mil novos casos da patologia por ano durante o triênio 2023-2025. Os dados apontam que, em 2018, por exemplo, 15.576 homens perderam a vida por conta da doença.
A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra. É o canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. De acordo com o INCA, o câncer de próstata é o segundo mais comum no público masculino no país, só ficando atrás do câncer de pele. Mesmo assim, o assunto ainda pode ser tabu para as rodas de conversas masculinas.
O urologista do Centro de Assistência em Reprodução Humana – Genesis, Dr. Joseph Monteiro, chama a atenção para o fato de esse tipo de câncer ser uma doença silenciosa. Ou seja, os sintomas aparentes só acontecem nos estágios avançados da doença. Devido a esse fator, a prevenção é fundamental. “A principal medida para se prevenir é manter hábitos saudáveis. A prática de atividades físicas regulares, não fumar e evitar o excesso de álcool podem ajudar bastante. Além disso, é importante realizar consultas médicas preventivas periodicamente”, comenta.
O Ministério da Saúde, por meio do INCA, não recomenda o rastreamento indiscriminado do câncer de próstata com o exame de toque retal ou avaliação do Antígeno Prostático Específico [PSA], já que não há evidência científica atualmente de que essa prática traz mais benefícios do que riscos. Os pacientes que solicitarem exames de rastreio devem ser orientados pelos médicos especialistas sobre os seus possíveis riscos e benefícios para a tomada de decisão compartilhada.
“Para ter um diagnóstico precoce temos o já conhecido exame do toque e temos também o exame de sangue que serve para dosar a quantidade de PSA. São extremamente importantes para casos em que a pessoa já tem um histórico familiar da doença, obesidade ou que demonstram sintomas como dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina, urinar sangue ou excessivas vezes ”, assegura.
O Dr. Joseph também expõe que além da patologia em si, os tratamentos decorrentes dela também prejudicam a fertilidade. “A cirurgia, radioterapia e quimioterapia afetam a glândula masculina e prejudicam a sua função. Essa glândula produz compostos importantes do líquido seminal que nutre os espermatozoides”, explica. Por isso, a possibilidade de rastreio e tratamento devem ser analisadas por um profissional especializado.
Congelamento é a chave – Na visão do médico, mesmo com os riscos da patologia atualmente é possível preservar a capacidade reprodutiva do paciente por meio da coleta de sêmen para criopreservação antes do início dos tratamentos oncológicos.
“Para a preservação do espermatozoide, é necessário apenas a masturbação para coletar diferentes amostras. Depois o material é congelado para ser usado quando for necessário No caso do homem não conseguir ejacular, o esperma pode ser retirado pelos testículos através de uma agulha ou com uma pequena cirurgia. O congelamento é importante porque uma possível cirurgia para remoção da próstata pode afetar a produção do líquido seminal masculino”, diz o urologista.
