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Em congresso europeu, Genesis acompanha atualizações sobre falha recorrente da implantação embrionária

A falha recorrente da implantação embrionária, quando a gravidez não é detectada por ultrassonografia após a transferência de quatro embriões de qualidade e pelo menos três transferências embrionárias a fresco ou de embriões congelados em uma mulher jovem (menos de 40 anos), foi um dos principais temas discutidos na 39ª edição do Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, o ESHRE (European Society of Human Reproduction and Embryology).

Durante o evento, profissionais de todas as partes do mundo puderam apresentar e debater sobre as principais novidades da área. De acordo com a sócia e médica ginecologista da Genesis, Dra. Hitomi Miura Nakagawa, que esteve no congresso, os três principais fatores a serem considerados para detectar essa falha são: a idade da mulher, o número da transferência de embriões e a qualidade embrionária. “É preciso atenção a esses três fatores, porque é comum a confusão entre falha de implantação e falha na fertilização in vitro. Se ocorre uma resposta ruim aos estimulantes ovarianos, ou os embriões forem de baixa qualidade, ou o procedimento for realizado em mulheres de faixa etária mais avançada, não é considerado falha recorrente de implantação”, esclarece.

A Dra. aponta que aproximadamente 1/3 das falhas de implantação estão ligadas a alterações embrionárias. Já os outros 2/3 estão vinculados ao endométrio ou à interação endométrio-embrião.

“Sempre que se tenta um ciclo de reprodução assistida, a grande maioria dos profissionais deseja que a gestação ocorra após a primeira transferência de embriões ao útero. Porém, assim como na natureza, os dados mostrados pelo especialista francês de Reprodução Assistida, Paul Pirtea, evidenciaram que as taxas de bebês nascidos após a transferência de embriões sem alterações cromossômicas aparentes (isto é, biopsiados) e congelados varia de 44 a 77%”, relata.

Ou seja, a cada tentativa de transferência ao útero dos chamados embriões euplóides, cerca de metade implanta. “Daí a necessidade de se persistir com o tratamento, porque nesses casos pode se chegar a mais de 90% de taxa de gestação após 3 tentativas, com um embrião de cada vez”, complementa a médica.

Tecnologia – A Dra. Hitomi também chama a atenção para o desenvolvimento tecnológico da área da Reprodução Assistida. “Hoje conseguimos acompanhar detalhadamente as características do embrião. Avanços de meio de cultivo e o estudo genético embrionário para casos personalizados dão mais insumos na detecção do melhor embrião que possa evoluir dentro do útero”, acrescenta a médica.

Avaliação – Atualmente, as técnicas validadas e mais utilizadas na avaliação da cavidade uterina são a ultrassonografia e a histeroscopia. Para a avaliação do endométrio, camada que reveste internamente o útero e onde ocorre a nidação, pode ser necessária uma biópsia endometrial. “Em casos específicos, os exames se baseiam em datar o endométrio, para sincronizar as mudanças desse tecido com o desenvolvimento do embrião ou rastreamento de infecções e lesões locais”, explica.

Preparação do endométrio – A médica também explana que o endométrio precisa ser preparado e se desenvolver de forma adequada para recepcionar o embrião de acordo com o seu período de evolução. Por outro lado, ele é um tecido cuja maioria das funções na interação com o embrião  ainda precisa ser desvendada pela ciência. 

Caso não aconteça a gravidez, o endométrio descama e se prepara para o próximo ciclo. “Além de analisarmos a sincronização da chegada do embrião com a preparação do endométrio, precisamos avaliar algumas das variações já conhecidas desse tecido complexo durante o ciclo. Pela quantidade de variáveis, mesmo no futuro, não haverá um único exame capaz de verificar tudo isso. Existe uma série de marcadores de receptividade endometrial sendo pesquisados, mas nenhum é definitivo”, assegura.