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Março Amarelo é diretamente responsável pelo aumento na detecção dos casos de endometriose, diz especialista

Março é o mês que marca a conscientização sobre a endometriose, doença que afeta 190 milhões de mulheres em idade reprodutiva de todas as partes do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Se não for tratada, há possibilidade de evoluir para um quadro grave que pode causar infertilidade, além de danificar e comprometer as trompas uterinas e outros órgãos.

Segundo a médica da Genesis – Centro de Assistência e Reprodução Humana, Dra. Hitomi Miura Nakagawa, este período é extremamente importante para a saúde feminina. “Vários fatores têm levado a um aumento na detecção da endometriose e, sem dúvida, a conscientização da sua existência com informações sobre suas repercussões levará muitas mulheres a não sofrerem por tanto tempo, sem assistência adequada”, afirma.

A profissional explica que a patologia é uma condição em que um tecido semelhante ao endométrio se localiza fora do seu local habitual, que é revestindo a parede do útero. “Ele é onde o embrião se fixa após a fecundação e que, quando ela não ocorre, descama e gera o sangramento característico da menstruação”, comenta. Mesmo quando se instala em outras partes do corpo, como ovários, intestino e bexiga, o endométrio ainda responde aos hormônios do ciclo menstrual, prolifera e sangra, causando inflamação, dores e sofrimento para a mulher.

O processo inflamatório crônico causado pela doença pode resultar na obstrução das tubas uterinas e na redução da sua mobilidade, o que prejudica diretamente a fecundação ao dificultar, ou até mesmo impedir, o transporte do óvulo e espermatozoides. “Outro cenário que também pode levar à infertilidade é a presença de cistos de endometriose nos ovários. Existe também a hipótese de que a doença cause alterações inflamatórias e imunológicas no útero e no endométrio que podem atrapalhar na implantação do embrião”, ressalta a Dra Hitomi.

Nova solução?

No Reino Unido, um estudo que visa um novo tipo de tratamento para a endometriose está programado para acontecer no segundo semestre deste ano. Ele pretende ser uma alternativa de tratamento não-hormonal e não-cirúrgico contra o problema. Os pesquisadores das Universidades de Edimburgo, Aberdeen e Birmingham estão à frente do projeto e irão configurar e executar o ensaio clínico intitulado EPIC2. 

Ao todo, serão 100 mulheres portadoras da doença voluntárias da Escócia e da Inglaterra, para investigar se um medicamento chamado dicloroacetato é um tratamento eficaz para o controle da dor. 

Causas, sintomas e tratamento convencional

As causas exatas da endometriose ainda permanecem desconhecidas. Entretanto, estudos levantam algumas possibilidades como sistema imunológico deficiente, o crescimento de células embrionárias e a menstruação retrógrada.

Cólicas extremamente fortes, dores durante o período menstrual, no baixo abdômen, nas relações sexuais, ao urinar e evacuar, fadiga e diarreia, especialmente durante a menstruação, são os principais sintomas da patologia. Porém, em alguns casos a endometriose também pode ser assintomática.

Já o diagnóstico é clínico e também por realização de exames como ultrassom, ressonância magnética e exame pélvico. Em mulheres assintomáticas, pode não ser necessário qualquer tratamento em alguns casos. Para pacientes com dor, pode-se realizar tratamento medicamentoso ou cirúrgico. Por outro lado, para pacientes com infertilidade pode-se indicar tratamento cirúrgico ou de reprodução assistida.