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Conheça os principais riscos da inseminação caseira, método difundido na internet

A inseminação intrauterina clandestina, conhecida popularmente como “inseminação caseira”, vem sendo difundida há algum tempo na internet. O sonho de ter filhos somado à dificuldade financeira faz com que muitos casais optem por utilizar a técnica. Porém, o seu uso pode ocasionar sérios riscos à saúde tanto da mãe quanto do bebê.

O método, sem embasamento médico ou científico, consiste na obtenção de sêmen de forma clandestina ou caseira e introdução do material diretamente na vagina. Em alguns casos, este material pode ser depositado diretamente dentro do útero, com o auxílio de um cateter.

A médica ginecologista da Genesis – Centro de Assistência em Reprodução Humana –, Dra. Maria Eduarda Amaral, alerta para os riscos do procedimento. “Existe o risco de contaminação, porque esse doador não passa por uma triagem em relação a sorologias necessárias para a realização do tratamento, bem como a contaminação no momento da manipulação da amostra. Também existem riscos legais de disputa pela custódia da criança, já que essa prática não tem respaldo jurídico, além dos riscos físicos, uma vez que, na introdução do cateter, a paciente pode machucar seu aparelho reprodutor”, afirma.

Na legislação brasileira, é proibido todo tipo de comercialização de material biológico humano de acordo com o art. 199 da Constituição Federal de 1988. Toda doação de substâncias ou partes do corpo humanos, tais como sangue, órgãos, tecidos, assim como o esperma, deve ser realizada de forma voluntária e altruísta.

A especialista garante que a técnica caseira jamais irá substituir uma consulta a uma clínica de Reprodução Assistida. “São necessárias várias etapas, como exames para saber se a paciente é apta para realizar a inseminação ou se seria necessária a realização de uma fertilização in vitro. É um trabalho muito mais seguro e com mais chances de dar certo”, explica.

Anvisa alerta sobre os riscos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, em julho de 2022, um texto alertando sobre os riscos da inseminação caseira. De acordo com o órgão, qualquer material biológico de terceiros requer avaliação antes de ser introduzido em outra pessoa. Além disso, a exposição ao ambiente também deve ser considerada, já que no método o esperma fica em contato com o ambiente externo e com os micro-organismos do ar durante alguns momentos.