Genesis

Search
Close this search box.

Estimulação ovariana: especialista explica técnica e esclarece dúvidas mais frequentes

O consumo dos óvulos na mulher é progressivo e inexorável. A partir dos 35 anos de idade, o envelhecimento dos óvulos e a diminuição na sua quantidade se tornam mais abruptos, reduzem as chances de gravidez natural e aumentam o risco de perda da gravidez. Por isso, a técnica da estimulação ovariana controlada pode ganhar cada vez mais importância nesse cenário de falha de ovulação.

Como funciona o tratamento?

A estimulação ovariana controlada é um tratamento farmacológico para fazer com que haja o desenvolvimento dos folículos ovarianos, que eles fiquem maduros. De acordo com a médica da Gênesis – Centro de Assistência e Reprodução Humana, Dra. Hitomi Miura Nakagawa, são necessários menos folículos maduros para evitar a gestação múltipla ao se programar a atividade sexual. Por isso, a indicação de estimulação é feita com menos medicamentos e de forma mais leve. Já nos casos de reprodução assistida ou fertilização in vitro, essa estimulação tem que ser mais intensa para que haja mais óvulos maduros passíveis de serem inseminados em laboratório para formar um número adequado de embriões. 

“Portanto, no máximo, são necessários de dois a três folículos (que são onde os óvulos estão contidos) maduros. No período menstrual, temos vários folículos em desenvolvimento,   propensos  a responderem à estimulação ovariana. Por isso é a etapa em que se inicia o processo na maioria dos casos”, completa a especialista em reprodução humana.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada seis a oito  casais em idade reprodutiva é infértil. Estima-se, portanto, que 15% da população mundial sexualmente ativa seja infértil. Já no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que as mulheres têm engravidado cada vez mais tarde, muitas vezes após os 35 anos. 

Aceleração da menopausa?

A Dra. Hitomi também cita que uma das dúvidas mais frequentes é se a estimulação do ovário repetidas vezes acelera a menopausa. “Na realidade, com ou sem menstruação acontecendo durante a gravidez, esse lote de óvulos que estaria destinado a se perder ou a se degenerar naquele ciclo não é reconstituído e nem preservado. Ele não pode ser guardado e por isso as mulheres entram na menopausa”, destacou.

Como começa o tratamento?

Para controlar um ciclo de estimulação ovariana, faz-se primeiro um ultrassom, uma ultrassonografia pélvica geralmente via transvaginal para ver se não existe cisto residual de um ciclo anterior que poderia estar produzindo hormônio e interferir com o ciclo que será estimulado. “Se não há cisto residual e o ovário tem folículos menores do que dez milímetros, em média, nós podemos liberar para que se inicie a estimulação ovariana”, explica a Dra.

Atividades físicas/sexuais são permitidas?

A médica também aproveitou para responder outra dúvida frequente dos pacientes, sobre a possibilidade de realizar atividades físicas e sexuais. “Normalmente, as atividades físicas e sexuais são liberadas para os casos de estimulação ovariana mais leve. Porém, nos casos que necessitam de uma estimulação maior, como na fertilização in vitro, as atividades físicas são restringidas porque o próprio peso do ovário com os vários folículos pode causar desconforto e, em casos extremos, até a torção do seu ligamento”, conclui.