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Outubro Rosa: câncer de mama afeta a fertilidade?

Outubro Rosa é o mês de conscientização contra o câncer de mama. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é o tipo que mais atinge mulheres: apenas em 2020, foram estimados 2,3 milhões de casos de câncer de mama em todo o mundo. No Brasil, apenas em 2021, foram estimados 66.280 casos novos da doença (em um risco de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres).

“É importante lembrar que homens trans também estão sujeitos ao risco de câncer de mama e que, embora mais raro, os homens cis também podem ser acometidos, correspondendo a 1% dos casos”, complementa Maria Eduarda Amaral, ginecologista da Genesis – Centro de Assistência em Reprodução Humana.

Felizmente, o diagnóstico de câncer não representa o fim do sonho de ter bebês graças à oncofertilidade, área da Medicina focada na preservação da fertilidade de pacientes com câncer que ainda desejam ter filhos.

Mulheres que receberam o diagnóstico devem procurar assistência médica especializada antes de iniciar o tratamento para preservar seus óvulos. Primeiro, é feita uma estimulação do ovário com hormônios. São adotadas estratégias para diminuir os níveis hormonais circulantes, e existem vários estudos comprovando a segurança do tratamento.

Em seguida, os óvulos são captados e congelados por vitrificação, processo em que são tratados com substâncias crioprotetoras e imersos em nitrogênio líquido a uma temperatura de 196 °C abaixo de zero. Vale ressaltar que são fundamentais fatores como idade, função ovariana, reserva folicular e tempo disponível até o início do tratamento quimioterápico.

Além do congelamento de óvulos, outras técnicas para preservação de fertilidade são o congelamento de embriões, congelamento de tecido ovariano e, no caso de pacientes masculinos, de espermatozoides.

Impacto do câncer na fertilidade – No caso das mulheres, cirurgias pélvicas, quimioterapia e radioterapia podem provocar lesões nos ovários e, portanto, comprometer a fertilidade por redução da quantidade de óvulos podendo provocar quadros extremos como suspensão temporária da menstruação ou até menopausa precoce. Ademais, a quimioterapia e a radioterapia afetam a qualidade desses óvulos. A intensidade desses efeitos também varia de acordo com a idade da paciente, medicação, dose usada, duração do tratamento e reação de cada organismo.

Causas e sintomas – O câncer de mama pode ter diversas causas. Fatores comportamentais, ambientais, hormonais, reprodutivos e genéticos podem influenciar o desenvolvimento da doença. Alguns exemplos são: envelhecimento, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e alta exposição à radiação ionizante (Raios-X e tomografia computadorizada, por exemplo).

Ainda de acordo com o Inca, nódulos endurecidos e, geralmente, indolores são a principal manifestação da doença, presente em cerca de 90% dos casos. Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo), pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço e saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos também são alguns dos sinais de câncer de mama.

“A mamografia existe como método para rastreamento, tornando possível a identificação do câncer de mama antes que ele se manifeste clinicamente. O diagnóstico precoce leva a melhores chances de cura com o tratamento. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastectomia (SBM), a mamografia deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual. Homens trans que não realizaram mastectomia recebem a mesma recomendação”, explica Maria Eduarda.

Para pacientes de alto risco, existem recomendações diferentes para início do rastreio e periodicidade dos exames, sendo recomendado aconselhamento com mastologista.

Prevenção e detecção – Conhecer o próprio corpo é fundamental para notar qualquer sinal fora do normal. Sentir as mamas no dia a dia é importante para entender suas variações naturais e qualquer alteração suspeita. Caso note algo estranho, procure um posto de saúde ou um médico de confiança. Quanto mais cedo o diagnóstico for descoberto, maiores as chances de um tratamento eficaz.

Confira esta cartilha do Inca com mais detalhamentos, dados e orientações sobre o câncer de mama.

Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada