Um estudo conduzido na China avaliou mais de 1200 mulheres que fizeram fertilização in vitro (FIV). Os resultados sugerem que padrões noturnos como poucas horas de sono, sono de má qualidade, dificuldade para dormir e horários inconsistentes de sono podem inibir a quantidade de oócitos – células que dão origem ao óvulo – e o potencial deles para maturação e fertilização.
Os resultados apontam ainda que mulheres que dormiram menos de 7 horas por noite e afirmaram ter dificuldade para dormir tiveram menos oócitos retirados e de menor qualidade do que mulheres que dormiram entre 7 e 8 horas por noite. Além disso, aquelas que afirmaram ter um sono de má qualidade tiveram uma fertilização 20% menor do que as que dormiram bem.
As associações entre sono e taxas de fertilização, número de oócitos retirados e boa qualidade de embriões ficou evidente apenas em mulheres com mais de 30 anos que afirmaram ter um sono ruim, o que sugere que a idade é um fator relevante na equação entre sono e sucesso de FIV.
“Ainda não sabemos o mecanismo exato pelo qual o sono pode afetar o sucesso reprodutivo. Provavelmente, a alteração de genes reguladores do sono pode causar diminuição da reserva ovariana, desequilíbrio dos níveis hormonais, aumento no estresse oxidativo e eventual redução da qualidade dos óvulos”, explica a ginecologista Marina Paes Barbosa, da Genesis – Centro de Assistência em Reprodução Humana.
Vale ressaltar que os padrões de sono foram anotados pelas próprias participantes, e analisados em conjunto com diversas outras variantes, como idade, índice de massa corporal, exposição a fumo, consumo de álcool, protocolo de estimulação, diagnóstico de infertilidade, entre outros.
“Ainda não é possível afirmar com certeza qual o verdadeiro impacto do padrão de sono nas taxas de sucesso da FIV, sendo que mais estudos adequados são necessários para elucidar o assunto. No entanto, podemos afirmar que um bom padrão de sono está relacionado com a qualidade de vida e o adequado funcionamento do organismo como um todo”, finaliza Marina.
Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada
