No Dia das Mães, que será comemorado em 11 de maio, histórias de superação, esperança e renascimento ganham ainda mais força. Entre elas, estão as trajetórias de mulheres que recorreram à Reprodução Assistida (RA) para realizar o desejo de serem mães. Mais do que um recurso médico, os tratamentos de fertilidade vêm se consolidando como verdadeiros aliados da maternidade planejada, sobretudo para quem enfrenta obstáculos para engravidar naturalmente.
Uma recente publicação na revista científica Human Reproduction lançou luz sobre um efeito pouco discutido dos tratamentos de RA: cerca de 20% das mulheres que conceberam com auxílio da tecnologia conseguiram uma gestação espontânea posteriormente. O levantamento, baseado na análise de 5.180 pacientes entre 1980 e 2021, aponta que isso pode ser resultado de um possível impacto positivo da RA também na esfera emocional.
A ginecologista da área de reprodução humana e diretora do Centro de Assistência em Reprodução Humana – Genesis, Dra. Hitomi Nakagawa, reconhece que já observou exemplos práticos na clínica. “Depois de uma fertilização in vitro bem-sucedida, muitas mulheres conseguem engravidar naturalmente alguns anos depois. Uma hipótese é de que a tranquilidade por já terem realizado o sonho da maternidade contribui para reduzir o estresse, o que pode favorecer uma nova gestação”, explica.
Outro dado revelador do estudo mostra que mulheres que aguardavam tratamento em serviços públicos também apresentaram uma taxa de concepção semelhante de gravidez espontânea, especialmente aquelas sem uma causa aparente de infertilidade – que ocorre quando, mesmo após investigação clínica completa, não se encontra um motivo específico para a dificuldade em engravidar.
A Dra. Hitomi explica que esse tipo de diagnóstico pode representar entre 15% a 25% dos casos de infertilidade. “O curioso é que, nesses casos, as chances de uma gestação espontânea são maiores nos três ou quatro primeiros anos de tentativas. Depois disso, a probabilidade vai diminuindo consideravelmente, o que torna a reprodução assistida uma alternativa mais eficaz.”
Neste Dia das Mães, a ginecologista comemora que o avanço da medicina reprodutiva se destaca como um elo entre ciência e afeto. A RA oferece não apenas uma chance de conceber, mas também devolve esperança, autonomia e um novo horizonte para quem sonha com a maternidade.
“Cada história de uma mulher que consegue realizar esse sonho, com ou sem tecnologia, é única e merece ser celebrada. Mas é fundamental que todas saibam que há têm opções, e que a reprodução assistida pode ser o caminho para tornar esse sonho possível”, conclui a Dra. Hitomi.
