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Quais são os efeitos dos anticoncepcionais na fertilidade feminina?

Muitas mulheres se perguntam se o uso prolongado de contraceptivos combinados causa prejuízo à fertilidade. Segundo a médica ginecologista da Genesis Maria Eduarda Amaral, isso é um mito. “Estudos mostram que não há tal relação causal e que o retorno à fertilidade se dá em até 3 meses após a descontinuação do método”, explica.

Da mesma forma, não há relação entre a sua utilização e a prevenção da infertilidade. “O uso de anticoncepcional não previne o declínio da fertilidade associado à idade. Nascemos com um número fixo de óvulos que diminui inexoravelmente com o tempo, e a pílula não freia esse processo”, ressalta a especialista. 

Algumas pacientes se surpreendem com a dificuldade para engravidar ao suspenderem a contracepção e acreditam que a culpa advém do uso prolongado do anticoncepcional, quando a idade é o verdadeiro motivo. “Além disso, como algumas iniciam o uso ainda muito jovens, nunca conheceram bem o próprio ciclo menstrual”, explica Maria Eduarda.

Sintomas como irregularidade menstrual e cólicas incapacitantes podem ser mascarados pelo uso da pílula. “Esses sintomas podem sugerir fatores causais de infertilidade – como a síndrome dos ovários policísticos e a endometriose – que se manifestam somente depois da suspensão”, detalha.

Vale ressaltar que cada tipo diferente de pílula pode ter propriedades distintas, a depender da sua composição. A escolha por um método contraceptivo deve ser feita com o aconselhamento de um ginecologista, que indicará o melhor tratamento de maneira individualizada e adaptada à realidade de cada paciente.

“O principal conselho para as usuárias de desse tipo de anticoncepcional que eventualmente queiram engravidar é o mesmo que damos a todas mulheres: não deixem a gestação para muito tarde. O tempo é o principal adversário da fertilidade feminina”, finaliza Maria Eduarda.

Exames, técnicas e opções para quem deseja engravidar futuramente – “Especificamente para as usuárias de pílulas, é importante lembrar que, antes de ficarem alarmadas por uma baixa contagem de folículos ou um baixo hormônio antimülleriano, elas devem repetir essa avaliação sem o uso da pílula. Existem estudos demonstrando que a utilização de contraceptivos combinados pode falsear os testes de reserva ovariana, que parecem ter valores mais baixos que os reais”, ressalta Maria Eduarda.

Para as que desejam engravidar mas acreditam que ainda não é o momento ideal, a preservação da fertilidade por meio do congelamento de óvulos é uma opção interessante que deve ser discutida.

O que são – Os anticoncepcionais combinados são reposições artificiais dos hormônios femininos estrogênio e progesterona. O uso desses hormônios externos bloqueia o eixo hormonal próprio e cíclico da mulher, impedindo a ovulação. Este é o principal mecanismo contraceptivo desses medicamentos, mas outras ações também contribuem para impedir a gravidez, como alteração no muco cervical e no endométrio, a camada interna do útero. As ações provocadas pelos anticoncepcionais são transitórias e sua eficácia é dependente de seu uso regular e adequado. 

Efeitos – Como os anticoncepcionais combinados causam anovulação, de modo geral levarão à melhora de sintomas associados ao próprio ciclo, como tensão pré-menstrual (TPM) e cólicas. Também podem ajudar na melhora da acne de componente hormonal.

Efeitos colaterais associados ao uso de anticoncepcionais são cefaleia, náuseas, queda na libido e retenção hídrica. Além disso, há aumento discreto no risco de trombose. “Este aumento é muito pequeno quando comparado ao alto risco de trombose no ciclo gravídico-puerperal. Em pacientes de baixo risco, este não deve ser motivo para desaconselhar o uso da pílula”, tranquiliza Maria Eduarda.  

 

Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada