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Outubro Rosa: oncofertilidade oferece a mulheres com câncer de mama a possibilidade de ter filhos

O diagnóstico de câncer não significa o fim do sonho de ter um bebê para mulheres em idade fértil graças à oncofertilidade, área da Medicina destinada à preservação da fertilidade de pacientes com a doença que ainda desejam ter filhos.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres no Brasil e no mundo , atingindo cerca de 29% delas no país. “O meio ambiente mudou, a alimentação mudou. Existem hoje modalidades de diagnósticos que detectam a doença muito mais precocemente. Além disso, a população está cada vez mais consciente sobre a possibilidade de desenvolver câncer e como rastreá-lo. Se compararmos os dados atuais  com os de 20 anos atrás, a mortalidade era muito maior. Hoje, a incidência é maior porque provavelmente o rastreamento é feito muito mais cedo, mas a cura está sendo muito maior também”, ressalta Hitomi Nakagawa, ginecologista e sócia da Genesis.

É fundamental considerar fatores como idade, função ovariana, reserva folicular e o tempo disponível até o início do tratamento quimioterápico. “Ao receber o diagnóstico ou antes de iniciar o tratamento, a mulher deve buscar assistência para preservar seus óvulos e, assim, ter chance de engravidar com seu próprio material genético”, explica Nakagawa. 

Primeiro, é feita uma estimulação do ovário com hormônios. Em seguida, os óvulos são captados e congelados por vitrificação, processo em que são tratados com substâncias crioprotetoras e imersos em nitrogênio líquido a uma temperatura de 196 °C abaixo de zero.

“A quantidade de hormônios presentes na medicação voltada para a estimulação é muito menor do que a quantidade hormonal que uma eventual gravidez possa produzir. Uma gravidez apresenta níveis muito mais altos de hormônios e por um período mais prolongado, então geralmente não há piora no prognóstico do câncer durante esse processo. É extremamente importante, contudo, levar em consideração a idade da mulher e o estágio da doença”, esclarece Nakagawa.

A preservação da fertilidade feminina tornou-se mais tangível quando as técnicas de congelamento de óvulos foram aprimoradas. “Como o óvulo é a maior célula do nosso organismo, demorou para surgirem técnicas de preservação mais adequadas”, detalha. 

Além do congelamento de óvulos, as principais técnicas para preservação de fertilidade são o congelamento de embriões e, no caso de pacientes masculinos, de espermatozoides. Todos são realizados por vitrificação.

Efeitos do tratamento contra câncer no organismo – Os avanços tecnológicos e científicos na Medicina garantem atualmente tratamentos eficazes contra a doença, mas eles são invasivos para o organismo, afetando órgãos e, consequentemente, podendo interferir na fertilidade. 

No caso das mulheres, cirurgia, quimioterapia e radioterapia podem provocar lesões nos ovários e, portanto, comprometer a fertilidade por redução da quantidade de folículos que contém os óvulos ou provocar quadros extremos como suspensão temporária da menstruação ou até menopausa precoce. A intensidade desses efeitos também varia de acordo com a idade da paciente, medicação, dose usada, duração do tratamento e reação de cada organismo.

Prevenção e detecção – Quanto mais cedo o câncer de mama for detectado, maiores as chances de o tratamento ser bem sucedido. Para isso, o acompanhamento médico regular é fundamental. Mas toda mulher deve ser encorajada a conhecer o próprio corpo. Isso inclui observar e sentir as próprias mamas para perceber possíveis sinais e sintomas, como nódulos (caroços), pele avermelhada ou enrugada, parecendo casca de laranja, alterações no mamilo e pequenos caroços nas axilas ou no pescoço.

Lembre-se de que um médico deve sempre avaliar essas alterações para confirmar se de fato é ou não câncer de mama. Exames como ressonância magnética, ultrassonografia e mamografia (radiografia das mamas) também ajudam a identificar o estágio da doença. 

Por fim, a prevenção do câncer de mama deve ser praticada. Ainda de acordo com o Inca, cerca de 30% dos casos podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como exercícios físicos, alimentação saudável, peso corporal adequado e diminuição do consumo de bebidas alcóolicas.

 

Por Gabriela Brito Conversa – Estratégias de comunicação integrada