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Março Amarelo: entenda como a endometriose é a principal causa de infertilidade entre mulheres

Março é o mês de conscientização da endometriose, doença crônica que atinge cerca de 10% de mulheres em idade reprodutiva e que, quando evolui para um quadro grave, pode causar infertilidade, danificar as trompas uterinas e comprometer outros órgãos.

A endometriose é uma condição em que o endométrio se localiza fora do seu local habitual, que é revestindo a parede do útero. Ele é um tecido mucoso, no qual o óvulo se fixa quando acontece a fecundação e que, quando ela não ocorre, descama e gera o sangramento característico da menstruação.

Mesmo quando se instala em outras partes do corpo – como ovários, intestino e bexiga –, o endométrio ainda responde aos hormônios do ciclo menstrual e sangra, causando inflamação, dores e sofrimento para a mulher.

Infertilidade – O processo inflamatório crônico da doença pode resultar na obstrução das tubas uterinas e na redução da sua mobilidade, o que prejudica a fecundação ao dificultar ou até mesmo impedir o transporte do óvulo e espermatozoides.

Outro cenário que pode levar à infertilidade é a presença de cistos de endometriose nos ovários. Existe também a hipótese de que a doença cause alterações inflamatórias e imunológicas no útero e no endométrio que podem atrapalhar na implantação do embrião.

“Além de ser um processo inflamatório, a endometriose provoca alterações anatômicas, então pode haver aderência entre os órgãos: do intestino com o útero, dos ovários com as trompas ou outras na região pélvica. Mas nem toda mulher com endometriose terá, necessariamente, infertilidade. Temos alguns estudos que mostram que isso varia de acordo com a idade materna, a severidade da doença ou com as lesões apresentadas pela paciente. Em média, a cada três mulheres diagnosticadas com endometriose, duas conseguem engravidar naturalmente”, explica Lizandra Moura, ginecologista da Genesis.

Ainda de acordo com ela, estudos têm mostrado que tratamentos de reprodução assistida aumentam as chances de sucesso de gravidez em mulheres com endometriose e que sofrem de infertilidade. “Em geral, a fertilização in vitro seria a primeira indicação para essas pacientes”, complementa. Confira a explicação completa da ginecologista em vídeo publicado no canal da Genesis no YouTube.

Causas e sintomas – As causas exatas da endometriose permanecem desconhecidas, mas estudos levantam algumas possibilidades, como sistema imunológico deficiente, o crescimento de células embrionárias e a menstruação retógrada.

O crescimento de células embrionárias refere-se ao fato de que as células do abdômen e da pelve – região que, na mulher, engloba intestino, bexiga, útero e ovários – se originam das mesmas células embrionárias. No momento de diferenciação, algumas podem se tornar células endometriais e levar à doença.

A menstruação retrógrada acontece quando o sangue da menstruação, que contém células do endométrio, sofre um refluxo para a cavidade pélvica pelas tubas uterinas. As células endométricas perdidas instalam-se nas paredes dos órgãos da região pélvica e começam a crescer.

Dentre os sintomas mais comuns, estão cólicas extremamente fortes, dores durante o período menstrual, no baixo abdômen, nas relações sexuais, ao urinar e evacuar, fadiga e diarreia, especialmente durante a menstruação. A endometriose também pode ser assintomática.

Diagnóstico e tratamento – O diagnóstico é clínico e também por realização de exames, como ultrassom, ressonância magnética e exame pélvico. Em mulheres assintomáticas, pode não ser necessário qualquer tratamento. “Para pacientes com dor, pode-se realizar tratamento clínico – com analgésico, anti-inflamatórios ou medicamentos hormonais – ou cirúrgico. Já para pacientes com infertilidade, pode-se indicar tratamento cirúrgico ou de reprodução assistida, sendo este último o de primeira escolha”, detalha Lizandra.

Por Gabriela Brito Conversa | Estratégias de Comunicação Integrada