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Endometriose atinge cerca de 7 milhões de brasileiras e pode provocar infertilidade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, podendo atingir atualmente aproximadamente 7 milhões de mulheres só no Brasil. A doença consiste no implante de endométrio, um tecido que recobre a porção interna do útero e responsável pela menstruação, que se instala fora da cavidade uterina.

“Pacientes com endometriose podem ter implante de endométrio em vários locais do organismo, mas a doença atinge em especial órgãos da pelve, como a musculatura do útero, tubas uterinas, ovários, região posterior ao útero e ligamentos do útero, por exemplo”, explica Lizandra Paravidine, médica ginecologista especialista em Videocirurgia pela FEBRASGO e membro do corpo clínico da Clínica Genesis Brasília.

ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE – A endometriose pode ser assintomática ou apresentar diversos sintomas, como cólica menstrual, dor durante a relação sexual, sangramento irregular ou aumentado, dor constante na pelve, alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação e até a infertilidade.

A doença pode afetar a fertilidade feminina por meio de distorção da anatomia da pelve, formação de aderências firmes entre os órgãos, mas também por fatores imunológicos. “Com relação a estes, estudos têm sido realizados para descobrir a relação entre os fatores imunológicos e a patogênese da doença, para que possamos atingir e tratar a causa”, afirma a especialista.

Quando o médico ginecologista faz o diagnóstico que a causa da infertilidade da mulher é a endometriose, em muitos casos, indica-se o tratamento de reprodução assistida. “Dentre eles, a fertilização in vitro (FIV) é o tratamento que apresenta maior taxa de sucesso, ou seja, a mulher consegue gerar seu filho”, ressalta Lizandra Paravidine.

ENDOMETRIOSE PROFUNDA – A endometriose profunda é a forma mais agressiva da doença e é caracterizada pelo aparecimento de implantes endometriais em profundidade superior a 5 mm, por extensões variadas e provocando maiores deformidades anatômicas. É nessa fase que se encontram geralmente as lesões intestinais, na bexiga e, mais raramente, no ureter.

O diagnóstico da endometriose (e também da endometriose profunda) pode ser feito pela história clínica da paciente, exame ginecológico direcionado para a endometriose, exames de imagem ou mesmo durante cirurgia de videolaparoscopia. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores as chances de sucesso no tratamento.

Dois tipos de tratamento podem ser usados para combater as dores da endometriose: medicamentoso ou cirúrgico. “Existem diversos medicamentos disponíveis para tratar os sintomas da endometriose, como analgésicos, anti-inflamatórios, anticoncepcionais hormonais, dienogest, DIU medicado com levonorgestrel, análogo de GnRH entre outros”, explica a especialista.

Nos casos de endometriose sem melhora com tratamento clínico ou em alguns casos de infertilidade, pode ser necessária a cirurgia por videolaparoscopia para retirada completa das lesões de endometriose. “Para cirurgia para tratamento da endometriose profunda, pode ser necessária a presença de equipe multiprofissional, composta por proctologista, urologista e ginecologista”, finaliza Lizandra Paravidine.

Por Larissa Sampaio

Conversa Coletivo de Comunicação Criativa